sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Meia-Noite

No badalar da meia-noite os pensamentos se conflitam. Passam em rasantes invejáveis pela Folha, tentando inutilmente fazer sentido. Mas nunca fazem, não para ele, e isso o intriga.
A mais lógica das questões, que ele faz sem pensar, se baseia em tudo que pra ele não faz sentido algum, tudo que nunca poderá vir a ser explicado ou tudo que simplesmente acontece. Assim como uma maçã indo de encontro ao chão, sua vida inteira foi inevitável. Tudo que já aconteceu nela não possui explicações complexas ou não necessitam ser explicadas.
E é exatamente isso que o intriga, e ao mesmo tempo o faz distribuir largos sorrisos, o fato de coisas acontecerem por que tinham de acontecer, o fato de vidas se entrelaçarem porque haviam de se conhecer. Tais milagres não acontecem por acaso, nada acontece.
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No badalar da meia-noite, ele vê sua Vida passar por mais um dia, e agradece por você fazer parte dela.

2 comentários:

  1. A Folha é mais bonita assim mesmo, como quando nos referimos a importancia de lugares como o "Inferno" ou o "Paraíso" (quem sabe até ao "Purgatória). Tarefa "Dantesca" seria tentar acomodar, então, o fato de que não acontece (a vida) por acaso, esse dito milagre, mas também não possuem explicações complexas ou não precisam ser explicadas.
    Pois bem, o que não precisa ser explicado, apenas "é". É fato. Obvio. Presente como coisa. Não é questionável, com ou sem lógica.
    Por outro lado, o que se pode pensar, o que faz intrigar, finalmente, os pensamentos conflitantes: esses sim, todos esses podem ter explicações - se a eles for formulada uma pergunta.
    Pergunta: "Qual é a mais lógica das questões"?
    Responta: "Por que ela é a mais lógica das questões? E, sendo a mais lógica, dedutível ou indutível, por que é tão difícil de responder?"

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  2. texto MARAVILHOSO! sem mais. Parabéns!

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