A papelaria do DP fecharia em alguns minutos e eu tinha uma bela caminhada pela frente. Eram por volta das 4 da manhã e não era de se espantar que, aquela altura, as ruas estariam desertas. Os sem-tetos se aglomeravam, juntamente com os ratos, numa tentativa inútil de combater o frio cortante que ali fazia. Meus passos ecoavam pelos becos, fazendo gatos se arrepiarem e cães uivarem freneticamente.
Era exatamente assim que eu gostava de ver a cidade, da sua verdadeira forma. Fria, solitária, miserável e com medo. A versão que todos conheciam, mas que faziam questão de apagar de suas seletivas mentes. Contudo, isso não duraria muito tempo, não se eu conseguir terminar meu trabalho.
Adentrei na papelaria esmurrando a porta, fazendo com que o sino, preso na parte superior desta viesse a parar no chão. O dono da fecha a cara devido a minha entrada um pouco... brusca, mas após me reconhecer sorri novamente e pergunta em como ele poderia me ajudar.
Segundos depois todas as 26 copias se encontravam em minha mão, envelopadas e prontas para servir ao seu propósito, iscas. Deixei o dinheiro sobre o balcão e me retirei, pegando o sino do chão antes de sair. As iscas estavam prontas, impecáveis, e o mais importante, convincentes.
De volta aos becos, silenciosos, como se estivessem de luto por todas as vidas que já foram tiradas em sua presença. Encontro-me agora em uma rua sem saída. Não literalmente, mas em minha mente, minha abissal mente, que agora teve a idéia mais brilhante que alguém poderia ter.
Ignorando o prédio do meu apartamento, eu continuo a caminhar, em direção a Faculdade.
O prédio se encontrava da mesma maneira que as ruas. Escuro, vazio, morto. Apenas uma pequena fonte de luz bruxuleante brotava da janela da guarita do vigia. Como eu esperava, seria ridiculamente fácil entrar, já nos encontrávamos perto do horário de funcionamento e eu era conhecido por entrar em sala com bastante antecedência para prepará-la aos meus queridos cobaias, alunos.
-
“Boa Noite Sr.”
-
Essas foram as palavras ditas pelo vigia antes que eu desaparecesse em meio a escuridão da Faculdade. Meus passos ecoavam nos corredores vazios como estalactites em uma caverna, corro em direção as escadas e desço.
Era no andar de baixo que minha maior paixão encontrava-se, a sala de anatomia, equipada com o seu próprio necrotério, fornecido por mim, após o fechamento dos casos de morte na Policia. Eu conhecia cada corpo que ali descansava, sendo capaz de chamá-los pelo nome, se necessário.
Caminho até a parede com os gavetões, checo se minha memória estava tão afiada quanto pensei, e estava. A gaveta 17, a última, lar-doce-lar da Senhora Barker, assassinada pelo marido com uma injeção de adrenalina. Destranco a gaveta e contemplo aquela fumaça gélida que vaza pelas brechas da porta.
O barulho da gaveta se abrindo arrepia minha espinha, estava perto, muito perto. E lá estava a Sra. Barker, sorrindo para mim, pronta a se sacrificar por um bem maior, pronta para me ajudar a limpar as ruas fétidas dessa cidade.
Embalo o corpo, coloco-o sobre carrinho de transporte e me encaminho ao elevador. Antes de entrar, ponho um bilhete na porta da sala:
-
“Vão brincar, mas guardem-os direitinho.”
-
Era exatamente assim que eu gostava de ver a cidade, da sua verdadeira forma. Fria, solitária, miserável e com medo. A versão que todos conheciam, mas que faziam questão de apagar de suas seletivas mentes. Contudo, isso não duraria muito tempo, não se eu conseguir terminar meu trabalho.
Adentrei na papelaria esmurrando a porta, fazendo com que o sino, preso na parte superior desta viesse a parar no chão. O dono da fecha a cara devido a minha entrada um pouco... brusca, mas após me reconhecer sorri novamente e pergunta em como ele poderia me ajudar.
Segundos depois todas as 26 copias se encontravam em minha mão, envelopadas e prontas para servir ao seu propósito, iscas. Deixei o dinheiro sobre o balcão e me retirei, pegando o sino do chão antes de sair. As iscas estavam prontas, impecáveis, e o mais importante, convincentes.
De volta aos becos, silenciosos, como se estivessem de luto por todas as vidas que já foram tiradas em sua presença. Encontro-me agora em uma rua sem saída. Não literalmente, mas em minha mente, minha abissal mente, que agora teve a idéia mais brilhante que alguém poderia ter.
Ignorando o prédio do meu apartamento, eu continuo a caminhar, em direção a Faculdade.
O prédio se encontrava da mesma maneira que as ruas. Escuro, vazio, morto. Apenas uma pequena fonte de luz bruxuleante brotava da janela da guarita do vigia. Como eu esperava, seria ridiculamente fácil entrar, já nos encontrávamos perto do horário de funcionamento e eu era conhecido por entrar em sala com bastante antecedência para prepará-la aos meus queridos cobaias, alunos.
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“Boa Noite Sr.”
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Essas foram as palavras ditas pelo vigia antes que eu desaparecesse em meio a escuridão da Faculdade. Meus passos ecoavam nos corredores vazios como estalactites em uma caverna, corro em direção as escadas e desço.
Era no andar de baixo que minha maior paixão encontrava-se, a sala de anatomia, equipada com o seu próprio necrotério, fornecido por mim, após o fechamento dos casos de morte na Policia. Eu conhecia cada corpo que ali descansava, sendo capaz de chamá-los pelo nome, se necessário.
Caminho até a parede com os gavetões, checo se minha memória estava tão afiada quanto pensei, e estava. A gaveta 17, a última, lar-doce-lar da Senhora Barker, assassinada pelo marido com uma injeção de adrenalina. Destranco a gaveta e contemplo aquela fumaça gélida que vaza pelas brechas da porta.
O barulho da gaveta se abrindo arrepia minha espinha, estava perto, muito perto. E lá estava a Sra. Barker, sorrindo para mim, pronta a se sacrificar por um bem maior, pronta para me ajudar a limpar as ruas fétidas dessa cidade.
Embalo o corpo, coloco-o sobre carrinho de transporte e me encaminho ao elevador. Antes de entrar, ponho um bilhete na porta da sala:
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“Vão brincar, mas guardem-os direitinho.”
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Peço desculpas de antemão pois me vi em um momento de falta de criatividade. Demorei um pouco para tornar a postar e também não sei ao certo a qualidade deste texto.
ResponderExcluirFiquem a vontade para dar opiniões, e, como sempre, espero que gostem.
Então, olá meu caro amigo.
ResponderExcluirPrimeiramente, devo lhe parabenizar por dar continuidade a sua obra. Isso é dificil e as vezes impõe certas quedas no desenvolvimento do texto. Normal. Da próxima vez que escrever, é provável que ganhe logios só pela parte 4 ser melhor que a parte 3.... Va entender?
Feito o elogio e a cítica, vamos as minúcias...: Essa história de papelaria q fechas as quatro da manhã seria plausível apenas se fosse aquela da polícia onde ele trabalha - se fosse possivel, eu faria essa mudança para adição de sentido. Agora existe também todo o parágrafo terceiro, que por algum motivo me parece deveras forçado. Finalmente, temos os nomes, no caso a repetição da palavra Faculdade, que não disigna nenhuma faculdade e todas, e o aparecimento do sobrenome Bell. Sino...
Desculpe pelas delongas. Tenho lido mais que tenho escrito. E acho que só por isso acho que entendi o recado do prfessor aos seus alunos...
Beijus! Muitos beijus! Precisamos falar.
Pronto.. Agora sim! =D
ResponderExcluirCreio ter melhorado alguns quesitos do texto.
Novamente, espero que gostem.
tenho q me arrumar, então não tenho muito tempo pra comentar. nenhum, na verdade. mas o texto melhorou, só ficou meio dramático. Call me later and we shall talk.
ResponderExcluiragora você me vê... agora você não vê...