quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Verdadeiro

Ele acorda no meio da noite, interrompendo aquele repetitivo sonho. Esfrega os olhos com força até se acostumar com a escuridão do quarto e senta-se, com dificuldade, na ponta da cama. Olha para a outra extremidade procurando encontrá-la. E lá estava, dormindo, um sono gostoso, de respirar leve, e feição angelical. Linda, como sempre foi.
Ele agora se encontra de pé, e calçando os chinelos vai em direção ao escritório da casa, um cômodo adiante.
Não querendo ascender a luz do teto para não acordá-la ele tateia os móveis até encontrar a escrivaninha. Senta-se e liga o pequeno abajur, quase ilustrativo, que proporciona o mínimo de luz possível, abre a gaveta e dela puxa uma folha de papel e uma caneta.
Olhando para o horizonte como se estivesse à espera de algo ele subitamente começa a escrever na folha, e em alguns minutos já se trata do verso da quinta página, afinal, são tantos anos que tantas páginas tornam-se poucas.
Ele embrulha a carta em um envelope decorado, confere a hora, já é quase manhã. Levanta-se da cadeira, e vai, na ponta dos pés, em direção a cozinha.
Uma hora depois, munido de um lindo café da manhã especialmente preparado, posto em uma bandeja, ele vai em direção ao quintal e colhe a rosa mais bonita do jardim, prende-a a bandeja e vai em direção ao quarto. Já está amanhecendo.
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Essa é a história de um casal realmente feliz, de um homem muito dedicado a amar sua esposa, já estão juntos há 53 anos e ele nunca se cansa disso. Hoje, nada de especial estava para acontecer. É apenas a história de um homem que acordou ao lado de sua Dama e resolveu dizer...
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Ele entra no quarto, põe a bandeja na parte vazia da cama. Acaricia os cabelos de sua Amada e sussurra:
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“Amor... Acorda Amor...”
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Ela lentamente abre os olhos, enquanto ouve as palavras:
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“Eu Te Amo”

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